Me afundo em cigarros na solidão do meu apartamento. O vento
sopra gelado, arrepiando minhas pernas despidas, gelando meus pés... De
repente, percebo que a solidão não está no lugar. A solidão me acompanha, aonde
quer que eu vá, ora como uma velha amiga, que há tempos não encontrava, ora como
aquele parente inconveniente que te invade a casa nos momentos mais
inoportunos.
A solidão me ronda, me atinge, me deprime, mas me embebeda,
me arranca sorrisos e até mesmo gargalhadas. Pego em sua mão.
Caminhamos juntas
pela rua deserta em direção ao horizonte, sem hora marcada para a despedida. O
horizonte pode estar mais próximo do que parece... Ou mais longe do que eu
jamais desejei.
Não sei se nada disso importa, nem sei se quero saber.
Dias atrás, me peguei buscando respostas sobre o futro...
Foi quando ouvi aquela voz suave que vem de dentro, e dizia mais ou menos
assim: “Amanda, mesmo com todos os truques e todos os dons, não se pode prever
o futuro, porque ele muda a cada segundo. E quão chato seria se você soubesse?
Ah! Se eu bem te conheço, você morreria de tédio!”
É, eu me conheço bem. Mas quem precisa de companhia, com uma
mente tão auuto-suficiente quanto essa? Haha
Sigo aprendendo a desfrutar da minha companhia, pondo a casa
em ordem, as idéias no lugar... Que lugar, Amanda?! Você não tem um só parafuso
no lugar! Hahaha
Nenhum comentário:
Postar um comentário