terça-feira, 3 de março de 2009

Amar e ser amado; parte II

Algumas semanas e reflexões depois, resolvi dar continuidade ao texto anterior;
A maior dificuldade de amar, é se deixar ser amado, como já foi dito antes. Às vezes me sinto mal por ter este meu jeito um tanto quanto estúpido, meio alheio à sentimentos e sentimentalismos, sinto falta dessas coisas corriqueiras enquanto me perco em pranto perguntando-me porque eu não posso ser um pouco menos complicada, porque posso amar tão facilmente e, ter tanta dificuldade em deixar que me amem. Afinal, isso deveria ser uma coisa simples, quase natural, mas para mim é crucialmente difícil.
Às vezes pergunto-me porque tenho tanta tendência a pensar que comigo nada vai dar certo, que não tenho o mínimo de capacidade de manter um sentimento por alguém e preservar a recíproca... De sempre achar que o mundo conspira contra mim e meus sentimentos de certa forma platônicos.
Na verdade não sei se sou uma idiota, covarde sem coração, ou se simplesmente tenho algumas marcas profundas, as quais duvido até mesmo que o grandioso tempo poderá apagar.
Sinceramente não sei se algum dia alguém vai conseguir me entender ou me suportar, enquanto finjo não me importar, e na maior parte do tempo não me importo mesmo, mas aí chegam os momentos em que fico pensando nos meus malditos e fracassados relacionamentos anteriores... De maneiras erradas, com pessoas erradas, ou sei lá, talvez o erro seja eu, com minha personalidade forte, meu jeito cheio de limitações, minha pouca fé nas pessoas e nas coisas, minha intolerância. Aliás, de certa forma, pessoas intolerantes tornam-se intoleráveis. Embora os pontos finais dos meus relacionamentos tenham sido postos por mim chego a pensar por quanto tempo mais, eu continuaria sendo tolerável. Difícil dizer.
Dizem sábias pessoas que o sentimento é o maior inimigo das pessoas. Levando-as a fazer coisas sem pensar, coisas que podem trazer sérias conseqüências, e algumas não tão sérias, mas que no final das contas causam no mínimo uma ressaca moral. Mas não importa, quando se sente, não se pensa, faz coisas constrangedoras, abre-se mão de si mesmo pela necessidade do outro, e algumas vezes não precisa sequer ser o amor ou a paixão, às vezes o simples fato de desejar ou mesmo, gostar modestamente de alguém já é motivo suficiente para abobar-se, se esquecer completamente do seu maldito jeito racional, e sair por aí levando seu orgulho ao chão em troca de satisfação da incrível necessidade de sentir-se com alguém, porque isso te faz sentir vivo no meio de tanto ceticismo que te ronda.
Você bem que podia ser para mim, mas ambos sabemos que eu não sou boa.
Que vontade de te ver. Que vontade de te ter.

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